quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Tribos Indígenas

“Em Terra de Tupiniquim Tupinambá não entra”


Os Antigos e misteriosos habitantes da Terra de Santa Cruz, detentores da sabedoria ancestral, e conhecedores dos segredos da terra, agora escravizados, aldeados em missões, e vendo cada dia os seus perecerem ante as armas do trovão do homem branco, devem se aliar ou lutar até o fim para continuarem existindo. 

Tribos


Diversas tribos habitavam a Terra de Santa Cruz durante o Séc. XVII, algumas já estavam beirando a extinção, outras sobreviviam apenas como lendas, algumas travaram combate aberto contra a invasão do homem branco, outras se juntaram a ele contra suas tribos inimigas.

Tribos Comuns

Aimorés: Nativos da Capitania de Ilhéus, eram compostos de 30 mil, permaneceram neutros ao conflito entre os Tupiniquins e Tupinambás, buscando acordos bilaterais. 

Caetés: Ocupando o interior das capitanias de Itamaracá e Pernambuco, da Ilha de Itamaracá às margens do Rio São Francisco, os Caetés eram compostos por 62 mil índios em 1562 quando foram escravizados e aldeados em Missões.


Carijós: Índios Guaranis que ocupavam do litoral da capitania de São Vicente à Lagoa dos Patos, para além do território português, Boatos falam de uma estrada de pedra construída pelos Carijós que ligava a capitania de São Vicente à uma grande aldeia alem do grande Pântano. Eram cerca de 100 mil, foram devastados, escravizados ou missionados em sua maioria.

Goitacás: Eram cerca de 12 mil e ocupavam a Foz do Rio Paraíba na capitania de São Tomé. Aliaramse aos Tupinambás contra os portugueses.


Potiguaras: Ocupavam a costa das capitanias do Maranhão e do Ceará, compostos de cerca de 90 mil índios foram valorosos guerreiros contra a colonização portuguesa.

Tabajaras: Ocupavam o litoral da capitania do Rio Grande, da Foz do rio Paraíba à ilha de Itamaracá. Compostos de cerca de 40 mil índios aliaram-se ao portugueses contra os Potiguaras, que já eram seus
inimigos pela disputa de terras no litoral do Rio Grande.


Taiparés: Tribo do interior de Santa Cruz, do Campo dos Goitacases, às margens do Rio Tocantins , à região das Minas Gerais, ora apoiando os vaqueiros ora os combatendo espalharam-se por todo cerrado. Lendas Falam sobre sua capacidade de alguns de seus membros se transformarem em lobos ou uma fera monstruosa entre um lobo e um homem.

Temiminó: Eram cerca de 18 mil. Ocupavam a ilha do governador na Baía de Guanabara e o sul da capitania do Espírito Santo. Junto aos Goitacás se aliaram aos Tupinambás contra os portugueses.


Tremembés: Ocupavam o Sul da capitania do Maranhão e foram vítimas de disputas entre os jesuítas, que os queriam aldear e os colonos que os queriam como escravos.

Tupinambás: Tribo canibal que ocupava o litoral de Santa Cruz da capitanias de Pernambuco a São Vicente. Compostos por cerca de 100 mil índios e eternos rivais dos Tupiniquins, se concentraram principalmente no Recôncavo Baiano e na Baía de Guanabara, onde se aliaram aos franceses na luta contra os portugueses.


Tupiniquins: Da capitania da Bahia de Todos os Santos à capitania de Santana, os Tupiniquins já estavam em guerra com os Tupinambás, Goitacás, Carijós e Temiminós antes da chegada do homem branco. Foram os maiores aliados do portugueses na conquista do território; sem eles os portugueses não teriam tomado a Baía de Guanabara dos Franceses ou destruído a confederação dos Tamoyos, eram cerca de 85 mil índios e se concentrávam nas capitanias de Ilhéus e Porto Seguro e entre as capitanias de São Vicente e Santo Amaro.

Tribos Lendárias


Ananatubas: Povo que habitava a região amazônica, os primeiros a desenvolver a agricultura e a fabricarem cerâmicas. 

Aratus: Viviam em cavernas embora plantassem milho, tabaco e tecessem panos a partir de algodão, viviam espalhados entre as capitanias do Rio Grande e de São vicente, mais especificamente na região das Minas Gerais, lendas falam de uma grande aldeia Aratú de até 10 mil metros quadrados. Relatos falam que eles se espalharam até a Floresta das Amazonas e o Grande Pântano. 

Garoupabas: Antiga Civilização que habitava o sul da capitania de Santana. Viviam no interior de montanhas de conchas e ossos e comiam peixes e moluscos. As lendas afirmam uma íntima relação entre os Garoupabas e o mundo dos mortos.


Humaitás: Tribo nômade que vivia nas florestas subtropicais do sudeste, mais especificamente no topo da Serra da Bandeira, desconheciam o arco e flecha, comiam pinhão e moluscos de água doce e utilizavam uma espécie de bumerangue.

Icamiabas: Tribo formada apenas por mulheres.  índias brancas que vivem em algum lugar às margens do Rio das Amazonas. Exímias caçadoras e mestres do arco e flecha chegam a arrancar um dos seios para melhor manejar a arma. Foram vistas pela primeira vez por Francisco Orellana que as nomeou de Ama-Zonas (sem seio), contudo relatos posteriores testemunharam que nem todas as amazonas arrancavam os seios, elas se reproduziam com homens de fora da tribo, abandonando ou matando a criança se nascesse menino. Praticavam competições esportivas compostas de uma prova de arco e flecha, uma de corrida, uma de natação e uma de luta, só se casando ( e saindo da tribo) com o homem que as vencesse nestas quatro modalidades.


Incas: Habitantes da grande cordilheira, além da floresta das amazonas e do deserto que a segue. Devido ás fortes chuvas faziam suas plantações em terraços de pedra onde conservavam as terras férteis. Na época das secas, canalizavam a água que escorria das geleiras e regavam as plantações. Usavam o ano solar, os números decimais, haviam domesticado o llama e construíam utensílios de ouro, prata e cobre. Construíam templos e palácios de pedra em forma de pirâmides, perfeitamente encaixadas de forma a resistir aos fortes terremotos dos Andes. Lutaram bravamente contra os Castellanos.

Itararés: Ceramistas e Agricultores dos planaltos frios do sul, entre o Rio da Prata e a capitania de Santana, cominam o pinhão, plantavam milho e caçavam. Para se proteger do frio, do vento e dos inimigos, moravam em casas subterrâneas cobertas de palha, cujo diâmetro variava de 2 a 22 metros, as vezes formando grandes aldeias interligadas por túneis de até sessenta metros de comprimento, que também serviam para armazenar comida. 

Marajoaras: Grande civilização que surgiu a 1800 anos e que estava desaparecendo quando os portugueses a encontraram. Se concentravam ao redor do lago Arití na Ilha dos Marajoaras. Construíam suas casas ao longo da margem dos rios sobre morros de até 200 m de altura chamados Tesos ( e construídos por eles mesmos). Devem Ter chegado a 100 mil pessoas na ilha. Possuíam uma agricultura bastante desenvolvida e se dividiam em castas; Na bases estavam os caçadores e os agricultores, acima deles os artesãos e no topo os sacerdotes e governantes. Foram os maiores mestres tanto na escultura quanto na fabricação e decoração de cerâmica. Enterravam seus mortos em urnas de argila.

Umbus: Antigo Povo nômade que habitava as florestas do sul. Viviam da caça e da coleta de frutos, moravam dentro de cavernas ou dormiam ao céu aberto, inventaram o arco e flecha e a boleadeira que difundiram para os outros povos.

A Sociedade Tribal


A base de uma sociedade Tribal são as Gens, ou clãs, os Clãs são grupos de parentesco, contados por
linhagem materna onde há a proibição de casamento interno (exogamia). Cada Gen é identificada com um animal (Toten), o qual não deve ser morto, nem sua carne consumida pela Gen. Dentro da Tribo um conselho anciãs representantes de cada gens, decide sobre os assuntos relativos à tribo, e um conselho de
anciãos, chefiados por um Morubixaba escolhido, decidem sobre os assuntos externos à tribo ( Guerra,
caça ou alguma ameaça). A Tribo não vive toda em um mesmo território, mas forma uma grande nação, identificada pela língua, adereços, festas, e outros aspectos culturais. Identificada como uma tribo ela se organiza em aldeias, dentre as quais é instituído um conselho de anciãs e anciãos e escolhido um morubixaba. Alem da tribo ela pode formar confederações, de diversas tribos lutando por interesses comuns, como foi a Tamuya.

Existem duas formas família tocantes à organização tribal dos Índios Americanos;a primeira caracterizada pelo casamento em grupos; quando um índio se casa com uma índia, casa ao mesmo tempo com todas suas irmãs, contudo divide sua esposa com todos os maridos das irmãs de sua esposa dado que há na mesma oca, um grupo de mulheres da mesma gens e um grupo de homens de gens diversas, o poder de decisão das gens estará centralizado na mão das mulheres, que podem a qualquer hora expulsar o marido (se ele não cumprir suas obrigações de caça e proteção da tribo); os filhos do matrimônio chamam de irmãos todos os filhos de sua mãe e de de suas tias (por origem materna), e de primos todos os filhos de seus tios (de origem materna ou paterna) e suas tias de origem paterna, todos os homens e mulheres mais velhos serão chamados de pais e mães. quando ocorre a morte de um membro deste grupo familiar suas posses serão herdadas pela sua Gens (um homem pertence à gens de sua mãe e não da de seus filhos). Esta forma de família é comum em tribos que vivem da coleta e da caça.

A segunda forma já possui casamento individual, contudo as casas ainda sejam coletivas. Antes do matrimônio é permitida uma liberdade sexual irrestrita, os filhos que nascerem destas relações serão considerados filhos da tribo e criados como tal, contudo depois do matrimônio será cobrada fidelidade dos dois, sob condenação de morte caso esta fidelidade seja quebrada, o casamento pode ser desfeito a qualquer momento, bastando uma das partes afirmar isto, com o fim do casamento o homem volta a casa de seu Clã. Esta forma de família é comum em povos que já desenvolveram alguma forma de agricultura ou criação de animais. Nos dois casos alem da norma (Tabú) de não matar e comer a carne do animal do Clã, e de não ter relações sexuais com membros da mesma Clã, há o tabú do homem não poder olhar para a mãe de sua mulher.

Religião

A religião entre as populações indígenas segue traços do totemismo e animismo (endeusamento da natureza ) contudo o contato com o homem branco acelerou a humanização dos mitos. Assim Tupã (que a princípio era apenas o trovão, passa a ser o deus do tovão,o mesmo ocorre com jaci, e outras divindades do panteão tupi guarani), outro traço comum, alem da semi-humanização dos mitos é o culto dos espíritos ancestrais, a crença (em algumas tribos) que ao comer a carne de algum animal (ou pessoa), adiquire-se suas características e a crença em espíritos que protegem a natureza, como o Curupira, Anhangá e Caapora.

Competições


Os clãs no interior da tribo são considerados rivais, e periodicamente são realizados jogos, que englobam corrida, natação, arco e flecha e luta. Estas competições são consideradas grandes festas, e segundo os sábios, restauram a harmonia entre os Clãs da tribo.

A Tamuya

Entre 1554 e 1567, Tupinambás, Goitacás e Aimorés, formaram uma Confederação de tribos para resistir à invasão Lusitana, e seus conquistadores, como Brás Cubas e João Ramalho, a confederação recebeu o nome de Tamuya (ou Confederação dos mais Velhos – Tamoyo – em Tupinambá). A confederação recebeu o apoio dos corsários franceses que haviam invadido a baía de Guanabara com o intúito de fudar uma colônia para exportar Pau Brasil. Em reação á confederação, os portugueses conseguiram apoio dos Guainá, Temiminó, Carijó e dos Tupiniquins. Os Tamoyos chegaram a tomar a capitania do Espírito Santo,
Destruir Santo André da Borda do Campo e ameaçar São Paulo de Piratininga, mas foram vencidos em São Sebastião do Rio de Janeiro, na Batalha da aldeia de Uruçumirim. 

A Escravidão


Capturado na tribo ou na missão, submetido a trabalho contínuo e forçado, o índio escravizado deseja voltar a seu povo, restaurar sua integridade e servir à grande mãe que é sua tribo.

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