quarta-feira, 5 de novembro de 2014

CURUPIRAS - Era do Caos


Por Flavio Andrade
Sendo o Rio de Janeiro uma cidade conhecida por suas belezas naturais e por possuir a maior floresta urbana do mundo, a Floresta da Tijuca, já era previsível que, dentre as capitais do Brasil, fosse a cidade que mais atraísse a atenção das Lendas, em particular dos Curupiras. Além da grande quantidade de áreas verdes e extensas, que transforma a cidade num habitat perfeito para os curupiras, há também uma população gigantesca, diretamente proporcional à violência e à corrupção que reinam na cidade. Algumas áreas são tão extensas que é preciso mais de um curupira para cobri-las, pois elas correspondem a áreas urbanas igualmente complexas. Os curupiras cariocas são amistosos entre si, não se incomodam de pequenas incursões em seus territórios e, muitas vezes, colaboram uns com os outros. A principal razão desta harmonia é o excesso de trabalho, principalmente no Centro e Zona Norte. Os curupiras da Zona Sul acabam se envolvendo mais em casos de corrupção e crimes envolvendo políticos e a alta sociedade. É claro que o problema com as favelas e os traficantes é um denominador comum a todos eles. A Zona Oeste é uma área bastante grande e variada, contendo um pouco de cada problema da cidade. Na verdade, não se trata de uma área geograficamente muito fiel. No início havia o Centro, Norte e Sul. O que sobrou ficou sendo denominado Zona Oeste. Nesta região há o que restou do Rio rural. Não existe uma relação direta entre população/curupira. Entra nesta equação também a existência de áreas verdes. É assim que o Rio consegue ter mais curupiras do que São Paulo, onde a maioria deles reside em áreas limítrofes do município.
Territórios
Os territórios abaixo descritos se limitam ao município do Rio de Janeiro, não envolvendo cidades como Niterói e Duque de Caxias. Também não são áreas muito precisas, dependendo mais da capacidade do curupira de cuidar delas. É um processo de constante acomodação. A princípio pode parecer que um personagem curupira fica limitado devido ao seu território. É apenas impressão. Um curupira pode andar para qualquer lado, viajar, e agir em outros territórios (desde que o curupira local não se incomode). Seu poder não diminui fora de seu território, ele aumenta quando está nele. Estar em seu território dá a vantagem do conhecimento de área e a percepção mais aguçada de atividades sobrenaturais.
Sua campanha
Apesar de apresentarmos curupiras para todas as áreas do Rio de Janeiro, isso não significa que você tenha que usá-los. Se, na sua campanha, você acha que toda a cidade deva ter apenas um curupira, que assim seja. Essa é uma versão oficial, mas seu objetivo é servir de suporte ao Mestre. Se você é de outra cidade e vai fazer uma aventura no Rio, já saberá o que usar. Se você joga no Rio, se algum dia seus personagens forem a Bangu ou a Copacabana, você já sabe o que eles poderão encontrar pela frente. Se na sua campanha você já tem ou quer criar um curupira para uma destas regiões, substitua o nosso pelo seu, crie as relações que ele pode ter com os outros. Se você quer ser de uma região mas gostou do curupira de outro local, coloque-o no lugar de outro do qual você não gostou ou gostou menos. Na pior das hipóteses, você tem uma série de exemplos de curupiras, que podem muito bem ser utilizados em outras cidades. Você é o Mestre, você decide o que é melhor para a sua diversão. E as próximas matérias sobre regiões seguirão a mesma linha. Nós fornecemos as ferramentas, você decide como usá-las.
Importante: o único personagem que não pode ser eliminado ou mudado de região é o curupira de Vargem Pequena, Gabriel Littín. Ele faz parte de algumas das tramas oficiais de Era do Caos, que aos poucos iremos revelando nos livros e no site.
Serra do Mendanha
Norte do município, entre Campo Grande e Nova Iguaçu, cortada pela antiga rodovia Rio-São Paulo, que leva para a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, a oeste; e pela Avenida Brasil ao sul. A leste se encontra os limites de Nilópolis. Uma série de morros cobertos por florestas, cortada por rios e pouco urbanizada. A área em volta é rural e pobre, a não ser pelas indústrias locais. O curupira local, Josué Prata, é um fazendeiro de 60 anos, que cuida de seu antigo sítio, que pertence a sua família desde o início do século XX. Josué é avesso a tudo o que é urbano. Portanto, não se envolve muito com o que ocorre nos bairros próximos, como Vila Kennedy, Campo Grande, a parte que lhe cabe de Nova Iguaçu e tudo que fica do outro lado da Avenida Brasil. Seu propósito é cuidar do bem-estar da comunidade próxima, dos vizinhos, e da preservação do Mendanha, o que faz com relativo sucesso. Pacífico, a defesa da natureza é a única coisa que o faz afiar as garras. Ou de seus dois aliados kanaímas. Quando suspeita de problemas com tráfico e outros crimes urbanos, acaba contando com a ajuda do curupira da Universidade Rural, Martim Caipora, um professor com pouco mais de 40 anos, capoeirista e bastante vigoroso. Martim nutre uma antiga amizade com Josué, a quem respeita desde o seu tempo de aluno. Sucessores: a família de Josué segue a mesma linha pacata. Possui um casal de filhos, ambos casados, e cinco netos.
Vila Militar
A Vila Militar, paralela à Avenida Brasil, é cercada por morros e muita área verde, e também cortada pela linha de trem. O curupira, Sérgio Machado, é um major do exército. Apesar das suas funções lhe tomarem muito tempo, ele acabou montando uma eficiente rede de vigilantes, da qual fazem parte muitos soldados, dois kanaímas, um renascido-justiceiro e um grupo de jovens cristãos que buscam, de uma forma mais direta, minimizar a influência do tráfico na comunidade. Portanto, o Major Sérgio é mais um estrategista, e fornece de bom grado informações e ajuda aos outros curupiras quando solicitado. Os bairros ao redor são muito pobres e possuem inúmeras áreas favelizadas. Seu principal campo de ação abrange uma parte de Realengo e Madureira, Bento Ribeiro, Marechal Hermes, Guadalupe, Ricardo de Albuquerque, Honório Gurgel e Anchieta, além da própria Vila. Sucessores: tem três lindas filhas. Isso deixa o major num dilema, pois não considera esta uma função para mulheres, principalmente uma filha sua, pois trata-se de um pai super-protetor. Já os seus sobrinhos não parecem se adequar muito bem ao cargo. Pra início de conversa, nenhum deles quis servir.
Fazenda Botafogo
O curupira da região, Cláudio Ferreira, assumiu recentemente o posto. Nascido em favela, tinha virado há pouco tempo pastor evangélico e se mudado para Acari, próximo à estação de metrô. Porém, um pouco antes de seu tio morrer, sua vida virou de pernas pro ar. Cláudio aceitou o pacto, mas não conseguiu mais exercer sua função como pastor. Aliás, se encontra espiritualmente bastante confuso. Contudo, não perdeu sua vocação religiosa e seus ideais sociais. Trocou a pregação por um intenso trabalho comunitário de serviço social. Sua área de atuação é bastante extensa e difícil. No nordeste do município, abrange Fazenda Botafogo, Coelho Neto, Irajá, Vista Alegre, Cordovil, Pavuna, Parada de Lucas, Braz de Pina, Vigário Geral e Jardim América. A área possui um cinturão de favelas e se encontra bastante abandonada pela polícia. Por sorte, Cláudio recebe muito apoio do Major Sérgio e ainda conta com a ajuda de um grupo de vigilantes da Pavuna, que não sabem de sua origem. Apesar de não apoiar seus métodos, ele não deixa de reconhecer sua necessidade. Outra ajuda, que só faz piorar seu conflito espiritual, são os espectros. Parece que a maioria dos espectros vítimas de violência na região encontraram em Cláudio uma espécie de canal, funcionando como imã de toda a angústia e desespero daqueles que não se libertaram de suas correntes. Na verdade, Cláudio possui o dom da mediunidade. Sucessores: Cláudio é solteiro. Na verdade estava noivo, mas sua condição acabou interferindo no relacionamento devido aos seus conflitos internos. Preferiu terminar tudo e não contar nada. Por outro lado, possui muitos irmãos e primos. Entre os sobrinhos, o mais velho tem 3 anos.
Serra da Misericórdia
Orlando Sodré, o "China", já foi de tudo um pouco. Nascido no Complexo do Alemão, uma das áreas mais barra-pesada do Rio, começou desde cedo fazendo pequenos trabalhos para o tráfico. Quando seus amigos começaram a "desaparecer", preferiu dar um tempo e foi trabalhar como mecânico, jornaleiro, entregador de pizza, faxineiro e até jogador de futebol (mas foi expulso do clube por causa das drogas). Depois de muito rodar, conseguiu aprender artes marciais com uma equipe de Serviço Social. Se destacou e começou a dar aulas. Foi neste estágio, já com 30 anos, que seu irmão mais velho, um curupira, morreu. China nunca mostrou muita vocação pra coisa, mas era muito ligado ao irmão, que morreu combatendo o tráfico local. Motivado pela vingança e pelo desafio, China aceitou o pacto, se tornando um dos mais violentos e determinados curupiras da cidade. Com muitos amigos, contatos e malandragem, China tem uma boa noção da estrutura de poder das favelas do complexo. Seguindo o estilo caipora, China bate ponto em Ramos, Olaria, Inhaúma, Del Castilho, Bonsucesso, Engenho da Rainha, Tomás Coelho, Cavalcanti, Vicente de Carvalho, Maria da Graça, Jacaré, Caju e Benfica. Uma área, sem dúvida, bastante respeitável. Porém, China não é muito bem visto pelos outros curupiras, pois não costuma perguntar (ou pensar) muito antes de recrutar kanaímas para ajudá-lo no serviço. Ele se defende com uma única pergunta: "alguém quer trocar?" Sucessores: China teve um filho com uma ex-namorada que mora na Leopoldina. Está com cerca de 14 anos. Há também os sobrinhos, mas estes não levam uma vida muito diferente da que ele levava. Resta a irmã menor, de 24, casada e que mora em São Cristóvão.
Ilha do Fundão
Mais um curupira "recém-formado", Rodrigo Barcellos é estudante de Engenharia da UFRJ, na Ilha do Fundão, e reside na Ilha do Governador. Apesar do seu território ser as duas ilhas e o complexo de favelas entre a Avenida Brasil e a Linha Vermelha (entre elas a Favela da Maré), Rodrigo, que é membro da UNE, acaba direcionando sua atuação à política estudantil e participando de convenções e encontros por todo o país. Por sorte, conta com a ajuda de uma experiente e irada iara que vive em Paquetá. Sucessores: Rodrigo enfrenta um problema doméstico. Sua irmã, de 16, sabe que ele é um curupira e ficou entusiasmada por ter um irmão "herói". Tanto que resolveu ajudar. Começou a praticar três tipos diferentes de artes marciais, fazer musculação e ginástica, e, para seu desespero, a ler gibis de super-heróis. O último sintoma, mais sério, revela o que pode vir por aí: ela começou a acompanhar antigas séries de TV, como Xena e Buffy. Se ela não desistir desta loucura, Rodrigo pensa seriamente em transformá-la em kanaíma.
Cascadura
O curupira desta região, Zeca Cardoso, 38 anos, é professor de um importante Centro Educacional do Estado. Sem saberem, seus alunos são sua principal fonte de informações. Professor liberal e querido pelos alunos e pela comunidade, Zeca não tem muita dificuldade em saber do que acontece em seu território, que é bem vasto: Cascadura, Piedade, Encantado, Abolição, Pilares, Engenho de Dentro, Água Santa, Méier, Lins, Engenho Novo e Riachuelo, além do Morro da Covanca e a Serra dos Pretos Forros, onde termina a maioria dos bairros citados. Zeca procura ser justo e só usa de violência quando necessário. Conta com a ajuda de um kanaíma. Sucessores: tem dois filhos pré-adolescentes.
Tijuca
Júlia Ibarra, 34, além de curupira é também motorista de taxi. Desta forma ela consegue patrulhar as ruas e ficar por dentro do que se passa na Tijuca, Andaraí, Grajaú, Usina, Vila Isabel, Maracanã, Rio Comprido e Estácio. Também cuida de parte da Floresta da Tijuca, que margeia alguns destes bairros. A Tijuca, em meados do século XX, foi o principal bairro da cidade. Anos depois, perdeu o status mas se manteve como um bairro de classe média e razoável poder aquisitivo. Contudo, é cercado por várias favelas, bastante violentas. Como são pontos importantes do tráfico carioca, a Tijuca acabou ficando um pouco de fora do cinturão turístico da cidade. Tal cenário acabou forçando Júlia a se tornar uma "caipora sobre rodas". É do tipo que atira antes e pergunta depois. Contudo, consegue manter boas relações com os curupiras mais pacíficos. Isso se deve ao seguinte fato: após anos de profissão e bang-bang, Júlia acabou batendo de frente com um grupo de extermínio, policiais insatisfeitos com o acordo entre tráfico e governo. Resultado: acabaram criando uma companhia de Taxi como fachada. Como policial ganha pouco, uma segunda profissão é mais do que justificada. Assim, os outros curupiras acham que os extermínios violentos não são obra de Júlia, mas feste grupo. O fato é que assaltos a motoristas de taxi, muito comuns na Zona Norte, praticamente deixaram de existir. Sucessores: Júlia é solteira e tem dois irmãos um pouco mais novos. Um mora em Porto Alegre e o outro em São Paulo.
Quinta da Boa Vista
A quinta da Boa Vista é um parque no bairro de São Cristovão, próximo à favela da Mangueira, que abriga o Jardim Zoológico e o Museu Nacional. Uma grande área verde cercada por grades e violência. Ao sul passa a linha do trem e do metrô. A oeste, o Morro da Mangueira. Ao norte, outro morro com uma forte atividade de traficantes, descendo até o resto do bairro e o Estádio de São Januário, chegando à Avenida Brasil. Quem cuida deste território é um menino de rua de 16 anos, um mulato magro e de pavio curto chamado Alex, curupira há dois anos. Ele ronda a Quinta com um bando de meninos de rua. Durante o dia, a região próxima ao parque é bem tranqüila, pois se trata de um ponto turístico. À noite, o tráfico, a violência e a prostituição mostram as suas garras. Alex fez amizade com alguns taxistas, com as prostitutas e um policial que são seus contatos. Devido a sua origem, Alex não se perturba com assaltos e furtos, podendo até mesmo praticá-los (se julgar que a vítima assim o merece). Porém, não admite em hipótese alguma o uso de violência. E costuma ficar bem furioso quando alguém quebra essa norma. Alex não sabe nadar e tem medo de entrar na água. Não chega perto de rios e mares. Sucessores: Nenhum conhecido. Alex se afastou de sua família há muito tempo. Mas, do mesmo jeito que o curupira o achou, ele poderá encontrar um sucessor para si.
Santa Teresa
O curupira desta região morreu há dois anos. Era casado e tinha uma filha com menos de um ano. Sua esposa não se conformava com o fato dele arriscar sua vida como se fosse um super-herói. Obviamente, sua filha não poderia fazer o pacto. Assim, o seu território ficou vago. Glória, Catete, Laranjeiras, Largo do Machado, Cosme Velho e Flamengo foram encampados pelo curupira de Copacabana. Já Centro e Santa Teresa ficaram um pouco desguarnecidos.
Copacabana
Marcos Lima, 26, é advogado e ativista ecológico (ver Personagens Prontos, em Lendas). No início, cuidava de Copacabana, Botafogo, Urca e parte do Flamengo, mas acabou estendendo seu território aos bairros adjacentes ao Flamengo. Sem precisar se preocupar com o dia a dia das ruas, Marcos prefere ignorar os traficantes e agir diretamente contra políticos e empresários corruptos. Quando não obtém resultados como advogado, os obtém como curupira. Sua atuação como ecologista também é reconhecida nacionalmente graças às suas posições radicais. Também é simpatizante de um grupo de terroristas ecológicos. Marcos tem a ajuda relutante de um boto stripper, bastante irresponsável e despreocupado, e de uma iara que sonha em ser nadadora olímpica e que começa a se interessar por suas atividades ecológicas (ambos são Personagens Prontos de Lendas). Marcos tem uma certa rixa com Rodrigo, o curupira estudante. Ele acha que Rodrigo deveria cuidar mais de seu território: "como você consegue dormir passando todo dia em frente àquelas águas irrespiráveis ao longo da Linha Vermelha sem ter feito nada para mudar a situação? Um dia você vai acabar sendo eleito Deputado Federal e se tornar igualzinho àqueles que nós combatemos!" Sucessores: Marcos não é casado, nem tem filhos. Seus irmãos dificilmente se encaixariam no perfil, mas têm uma quantidade considerável de primos. Um deles deve servir!
Gávea
O curupira que toma conta da Gávea, São Conrado (e, portanto, da Rocinha), Ipanema, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico e parte da Floresta da Tijuca (incluindo o Corcovado) é um juiz de 42 anos chamado Daniel Cervati. Sua profissão já diz tudo. É o curupira mais equilibrado e justo da cidade. Apela pra violência só quando necessário, apura bem os fatos antes de tomar alguma posição e toma conta de seu território com muito estilo, sem buscar ajuda (mas sem recusá-la também) ou chamar a atenção. O Juiz Cervati costuma bater um pouco de frente com Marcos, mas tem o ex-curupira do Alto e Gabriel Littín como amigos. Sucessores: casado e com três filhos (dois adolescentes e um universitário). Qualquer um deles é indicado para a sucessão.
Alto da Boa Vista
O antigo curupira da região decidiu que estava muito velho para o serviço e passou o cargo para outro. Contudo, sua filha, uma bióloga da Biotech, é extremamente cética e avessa a explicações sobrenaturais. Porém, casada com um médico, ela tem um filho de quinze anos. Tuna, um típico adolescente carioca, skatista, freqüentador da noite carioca, extrovertido e com muitos amigos, aceitou, embora meio assustado, fazer o pacto. Seu avô atua como seu mentor, e ele também pode contar com a ajuda de Cervati e Littín. Ele procura usar seus poderes com bastante responsabilidade. Ou seja, os usa muito pouco. Sua área, além do Alto, corresponde a maior parte da Floresta da Tijuca e o Itanhangá. Com apenas seis meses de curupira, ele prefere ignorar os problemas urbanos, pois não se julga preparado para isso, mas adora explorar a floresta e aprender tudo o que é necessário para preservá-la. Contudo, um fato está para mudar sua vida. Sua mãe sofreu um acidente mortal de carro quando voltava da Bio Sul 2, a novíssima central de pesquisas da Biotech. Na verdade, ela só não morreu graças aos seus poderes de curupira. No momento ela está em coma, mas fora de perigo. Quando despertar, Tuna acabará descobrindo que não foi um acidente. Seu carro foi deliberadamente fechado enquanto descia a Serra de Guaratiba. Sucessor: nenhum.
Vila Valqueire
Trata-se de uma área residencial localizada num vale ao norte de Jacarepaguá, com pequenas favelas ao redor. A curupira desta área também cuida de Madureira, parte de Sulacap, Praça Seca e Taquara, além da Serra do Engenho Velho, uma extensa área verde com florestas e sítios. Rosa Beltrão, 21, é uma típica flor-do-mato. Leva com muito bom-humor seu papel de sentinela. Jogadora de RPG, tem a mania de narrar seus feitos como se fossem os de um personagem seu. E às vezes age como se fosse um. Quando tem alguma dúvida ou problema, costuma se reunir com seus amigos jogadores. Ela expõe os fatos como se estivesse tirando uma dúvida de jogo ou até mesmo faz uma sessão completa antes de partir para uma missão. Apesar da aparente irresponsabilidade, é uma pessoa muito consciente. Sua postura e irreverência irritam o Major Sérgio, mas a tornou grande amiga de outra curupira, Ana Martins. Sucessores: um irmão de onze e alguns primos.
Freguesia
Ana Martins, 23, é uma guitarrista integrante de uma banda de rock. Mora num condomínio da Freguesia, mini-bairro de Jacarepaguá, junto à Floresta da Tijuca. Seu território todo o resto de Jacarepaguá (parte da Taquara, Curicica, Anil, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Tanque e Cidade de Deus), o que não é pouco. A Barra da Tijuca ela divide amigavelmente com Gabriel Littín, que deu uma grande força para a banda em seu início. Trata-se de uma região bem diversa, variando de favelas violentas a ricos condomínios, e de muita beleza natural. Ana não tem a mesma postura de sentinela da maioria. Ela vive a sua vida, muito agitada e boêmia, e vai agindo à medida que os problemas vão aparecendo a sua frente. Geralmente, é sua amiga Rosa que a puxa para as grandes ações. As duas, na verdade, cuidam de Jacarepaguá como uma dupla dinâmica, sendo amigas inseparáveis. Dupla a qual Tuna pode se juntar, quando conhecê-las. Sucessores: Ana é filha única, mas possui parentes em Minas, de onde vem sua família.
Juliano Moreira
A oeste de Jacarepaguá, num recanto da Taquara, há uma colônia para doentes mentais, Juliano Moreira, construída há um século atrás. Apesar de muito abandonada, ela se mantém. Fica ao pé do Maciço da Pedra branca, um conjunto de serras que vem cortando o Rio desde o mar e "banhando" os bairros de Campo Grande, Bangu, Recreio, Guaratiba, Bangu e Jacarepaguá. É uma área agradável, cercada de montanhas, coberta por florestas e sem prédios. Porém, não se trata de uma área fechada, embora ainda exista parte do muro original. O centro da colônia, onde vivem os internos, é composto de construções do início do século XX, algumas em ruínas, com uma praça, um coreto, uma bela e simples igreja, e um aqueduto. Ao redor, sítios, uma considerável área residencial, um centro de pesquisas, um hospital mais moderno e um centro de auxílio ao menor e ao adolescente. Os "loucos" vivem soltos, vestindo seus uniformes de internos, no meio da rua (onde passam ônibus) e podem sair para fora dos limites da colônia. Antigas construções, afastadas do centro da colônia, se encontram quase em ruínas e foram invadidas por famílias mais pobres. Entre os loucos, vive um curupira já velho. Ninguém conhece sua origem, seu nome, muito menos os motivos que o levaram a morar entre os velhos doentes mentais da Juliano Moreira. Mas, com certeza, é um lugar onde suas ações como curupira não chamam a atenção de ninguém. Tampouco importa pra ele a violência urbana, o tráfico e a corrupção. A ele interessa unicamente a preservação do Maciço da Pedra Branca. Para isso ele não poupa esforços. Há quem diga que ele cria uma pequena manada de queixadas, mas nenhum curupira se preocupou em comprovar. Há pouco tempo, vindo da Serra do Cabuçu, ele encontrou um kanaíma totalmente selvagem. Na verdade, trata-se de Vicente, um ex-Fiscal da Fazenda que enlouqueceu ao ser capturado por traficantes numa boate em Copacabana e vendido à Biotech para pesquisas genéticas. Depois de ser dissecado vivo na tentativa de descobrirem a razão de sua regeneração, Vicente foi libertado por um grupo que havia invadido a Bio Sul 2. Porém, na fuga, tiveram que deixá-lo num armazém em Pedra de Guaratiba. A única forma de suportar a dor a qual foi exposto foi abrir mão de sua humanidade. Ao despertar, um insano Vicente, em forma de onça, partiu em direção à floresta. Ao encontrar o curupira da colônia, encontrou também um protetor. Tupi, como é conhecido o curupira, é o único que consegue manter Vicente sob algum controle. Os outros curupiras tem dificuldade de se comunicar, pois este só fala em língua indígena (daí o apelido). O único que consegue é o Velho Monteiro, mas ele não está nem um pouco interessado na vida pessoal de Tupi. Quando se encontram, o que é raro, só falam sobre assuntos de curupira. Sucessores: que se saiba, ninguém. Mas como ninguém sabe de nada...
Bangu
Enfim, um curupira policial. Ao assumir o papel de curupira, Paulo Torres, 32, só precisou continuar o seu trabalho. Para ele, ser curupira significa apenas uma coisa: matar bandido. Quanto à grande serra que margeia seu território, ele diz: "eu deixo aquele mato todo pr'aquele velho maluco metido a índio". Seu território abrande parte de Realengo, Bangu, Padre Miguel, Senador Camará e Santíssimo. Uma coisa que o incomoda é estar tão perto dos presídios de Bangu e não poder fazer nada. Um sonho seu é arrumar um plano para acabar com todos aqueles figurões que ficam dando ordens de celular sob proteção policial. "Bandido bom é bandido morto", este é seu lema. Sucessores: seus filhos ainda são crianças, assim como seus sobrinhos. Ele tem uma irmã e dois irmãos, mas não acha que eles tenham peito para serem curupira (no caso dele, um caipora).
Campo Grande
O Velho Monteiro é um curupira de cem anos. Sem dúvida o mais antigo da cidade. Como fez o pacto aos 16 anos, conhece a cidade e, principalmente, seu território como ninguém. Apesar da idade, parece que a data de sua aposentadoria permanece distante. Campo Grande (incluindo aí Senador Vasconcelos, Cosmos e Paciência) é um bairro enorme, com uma parte urbana e uma extensa área rural, incluindo algumas serras e florestas. O Velho Monteiro e sua família moram numa fazenda da época em que os negros ainda eram escravos. Obviamente, hoje ela já não tem a mesma extensão. À medida que a família vai crescendo, o terreno vai sendo dividido. Uma aura de misticismo e mistério paira em torno do Velho Monteiro. Poderoso, alguns afirmam que suas habilidades sobrenaturais vão além das conhecidas pelos outros curupiras. Possui um forte instinto territorial. Não age fora de seu território e exige que peçam licença antes de agirem no seu (o que dificilmente nega, mas respeito é sempre bom). Apesar de não ter nenhum aliado fixo, não tem muita dificuldade em conseguir ajuda de outras lendas. Sucessores: sua família é grande. Filhos, netos, bisnetos e um tataraneto. Todos sabem sobre ele e o apoiam. Portanto, candidato é o que não falta.
Santa Cruz
Mariângela, 28, era a típica dona de casa até o dia em que seu pai faleceu. Então, aceitou fazer o pacto, se tornou curupira e líder comunitária, para desespero de seu marido, um corretor de imóveis um pouco machista (mas gente boa). Seu território é bastante extenso e turbulento. Santa Cruz é uma das áreas de maior número de homicídios da cidade. No extremo oeste do município, se encontra bastante abandonada pela prefeitura. O objetivo desta curupira é lutar pela melhora das condições de vida do bairro. Para isso, busca conscientizar as pessoas, promove manifestações e enche o saco de políticos e empresários da região. Nunca matou. O máximo que faz é procurar provas, revelar crimes e coisas do gênero. Sucessores: ela tem um casal de filhos pequenos. Seu objetivo é prepará-los para sucedê-la algum dia.
Pedra de Guaratiba
Zé da Capela, um pescador, era o curupira da região. Sua mulher, ao ter o primeiro filho, Joaquim, teve complicações no parto e não pôde mais ter filhos. Três anos depois, Zé achou um garoto perdido na Praia da Capela. Como era um curupira, logo percebeu que se tratava de um boto. Assim, unindo o útil ao agradável, decidiu adotá-lo, deixando a esposa bastante feliz. E o boto ganhou o nome de Pedro. Quando Pedro começou a manifestar seus poderes, aos 16 anos, Zé resolveu revelar a todos a sua natureza. Treinou Joaquim por dois anos e passou a ele seus poderes de curupira. Desta forma, evitou que se criasse um abismo entre os irmãos. Assim, os dois teriam poderes, e ambos teriam o pai como mentor. Seu plano deu certo, pois Pedro e Quim formaram uma ótima dupla, protegendo a natureza e a população de Pedra de Guaratiba e de Sepetiba. Como Quim seguiu a carreira do pai, pecador, e Pedro é um boto, ambos fazem um bom trabalho de proteção da Baía Sepetiba. De vez em quando, apesar da distância, são auxiliados por um inusitado casal de boto e iara que vive na Ilha Grande.
Vargem Pequena

Enfim, a última região do Rio, a sudoeste do município. Uma área extensa, pois é pouco populosa. Pega Barra da Tijuca, Vargem Grande e Pequena, Camorim, Recreio dos Bandeirantes e toda a costa até Barra de Guaratiba, e a Serra de Guaratiba. O curupira é Gabriel Littín, 26, filho de Javier Littín, presidente da Biotech Sul. A Biotech é uma poderosa multinacional de pesquisas biotecnológicas (ver Era do Caos 1.5, livro básico). Uma empresa deste porte e desta importância, obviamente, não poderia estar fora do controle da Elite. E Javier, pai de Gabriel, é um dos seus principais integrantes. Gabriel nem desconfia que o pai é da Elite, nem mesmo que existe uma coisa chamada Elite (fora aquela formada por playboys e socialites), da mesma forma que Javier, um chileno (por isso a Bio Sul 1 é no Chile), não desconfiava que seu pai era um Anchimallen (o curupira chileno). Por isso, ao se transformar em curupira, Gabriel possui uma forma mais próxima a de um índio do que animalesca. Quando o pai de Javier morreu, o curupira procurou Gabriel, pois ele sempre desconfiou que Javier era materialista demais para aceitar o pacto. Gabriel mora no sítio da família, em Vargem Pequena, onde cria um casal de onças. Como trabalha no escritório da empresa, no Centro, ele acaba sendo o principal curupira a atuar nesta área, que se encontra vaga. Outro território que gosta de freqüentar é a Floresta da Tijuca, onde leva alguns elementos para torturar com a ajuda das formigas. Costuma ser eficiente. Sua função na Biotech Sul é cuidar dos projetos de preservação ambiental. Isso constantemente o leva a bater de frente com Marcos Lima, o curupira de Copacabana. Marcos defende a proteção total da natureza. Gabriel, trabalhando pra Biotech, defende a exploração da natureza sem danificá-la. Marcos o despreza, considerando-o um curupira almofadinha. Gabriel, por outro lado, respeita Marcos. Apesar de não concordar com suas opiniões como cidadão, como curupira ambos têm atitudes semelhantes. Outro fato que deixa Marcos furioso é que Gabriel assumiu a direção do Jardim Botânico. Gabriel é uma espécie de Bruce Wayne sem traumas (seus pais estão vivos), ele usa a imagem de jovem-empresário-bem-sucedido-e-bonachão como disfarce. Seguindo os conselhos do Juiz Cervati, Gabriel procura apurar bem os fatos antes de tomar uma atitude. Contudo, isso não impediu que formasse uma espécie de grupo de extermínio, o GORE, formado por um anjo do fogo paladino, um renascido-justiceiro, um jornalista, uma curinga e um kanaíma. Com sua fachada alegre e descontraída, amante de um boa música, desde um concerto no Municipal a um show underground no novo Circo Voador, promotor de várias peladas em seu sítio, garante ótimos contatos, como o próprio secretário de segurança da cidade. Javier acha que Gabriel faz um bom trabalho dentro da Biotech, mas o considera idealista demais para ingressar na Elite. Gabriel também ajuda à filha de um empregado que faleceu, Janaína. Como a mãe não tem muito dinheiro, Gabriel resolver ajudar a família e está dando suporte para que Janaína, uma kanaíma, complete seu curso de direito recém iniciado. Sucessores: Gabriel tem duas irmãs. Uma de 28, Helena Littín Jardim, uma fotógrafa internacional recém-casada com um importante jornalista, Roberto Jardim (ver Personagens Prontos em "Caídos"). Outra de 16, Gabriela Littín, do tipo adolescente rebelde, estilo punk, que mora com a mãe num big apartamento na Barra da Tijuca.

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