terça-feira, 25 de novembro de 2014
O sumidouro das Almas
Um destino traçado à bala.
Ainda menino, Faustino se vê frente a frente com a crueldade quando seu pai é assassinado a mando de um grileiro da região onde moram. A cena de violência e o sentimento de perda vão acompanhá-lo por toda a vida, incitando-lhe o desejo de vingança.
No garimpo, de posse de uma bela pedra, ele pensa ter encontrado um meio de recuperar as terras arrebatadas de sua família. Contudo, a cobiça impõe-lhe uma nova perda e o obriga a tomar um perigoso caminho. Um caminho sem volta.
Em sua 2ª. edição revista, Sumidouro das Almas aprimora-se. Faustino, corruptela de Fausto, alude ao antigo mito alemão, cujo protagonista vende a alma ao diabo em troca de benesses na vida terrena. O tema do pacto é mais comum do que se pensa.
A obra explora as mazelas do sertão, expondo com maestria as penúrias psicológica e social do norte de Minas Gerais, em meados do século XX. As descrições realistas da atmosfera regional remetem à densidade literária de autores como Erico Verissimo, Guimarães Rosa e Graciliano Ramos, influências confessas de Jorge Fernando dos Santos.
A riqueza da obra se completa com as referências aos filmes de faroeste, ao Cinema Novo, a Dom Quixote de la Mancha e à literatura de cordel, poesia popular nordestina impressa em folhetos rústicos que geralmente narram grandes pelejas.
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