quinta-feira, 6 de abril de 2017

Curupiras

Siga meus passos em direção ao segredo da vida, a selva, a ancestralidade, a veia selvagem que ainda pulsa no coração do homem, a plena liberdade. Você é uma garota da cidade e esse é nosso terrítório real, a chama do fogo imersa em selvageria já aponta em seu coração, esse é nosso lar. Eu posso ser seu professor de políticas agrárias, mas assim como aqueles traficantes te fuzilaram quando você se aproximou em sua trilha da refinaria de coca, eu fui cercado em uma tocaia e morto por jagunços de um madeireiro calndestino, temos uma não-vida, uma vida animada por um espírito ancestral e por isso somos caruanas, o fogo selvagem brilha em nossos olhos e inflama nossos cabelos, nosso lado animalesco faz crescer pelos em nossas pernas porque somos curupiras, você como tempo tomará as lembranças do espírito como suas e sua fúria melancólica e selvagem será cada vez mais sentida.  A muito tempo meu povo protegia essas paragens, fui chamado de O Selvagem, O caçador. E embora faça muito tempo os caçadores do norte ainda ouvem meu nome com profundo temor. Esse é nosso continente, nossa terra, somos os responsáveis por isso tudo, e se está desta forma é somente nossa culpa, fomos fracos e deixamos que eles façam isso. Mas a caçada ainda está em nós, somos o espírito da caçada, predadores dos predadores, os protetores do jaguar e da vicunha, da sussuarana ao Caititu, chegamos ao topo dos andes onde fomos chamados de Anchimallen e no interior dos pampas onde nos chamaram Yastay. Se um dia fomos chamados de filhos de yacy Yatere, filhos do sol, filhos de guaraci, de anchi malguem (A mulher do sol) é que somos os filhos do deus das peças e da travessura,elas sempre nos ajudaram a despistar nossos adversários e leva-los à morte certeira.

Nossos Grupos internos

Yacy Yatere teve uma ´serie de filhos e eles hoje dividem nosso povo em quatro tribos.
Curupiras: Como eu e você, descendentes do primogênito de Yacy Yatere, que nasceu com seus pés virados para trás e os cabelos e olhos em fogo,  como protetores das mátas e caçadores dos caçadores.

Bolaros: Descendentes do segundo filho, que herdou as caraterísticas sombrias de seu avô Tau, uma criatura humanoide e pequena, com os pés virados para traz. uma pelagem negra cobrindo todo seu corpo, presas afiadas e um apetite voraz por cérebros humanos, poque ele era o destruidor, o perigo que se esconde na escuridão, até hoje nossa relação com eles é problemática eles são a essência das trevas, os demônios negros de pés invertidos, os agente de Tau na destruição de tudo, mas seu impulso destrutivo ecoa com mais força sobre o que chamamos de civilização e por isso ainda trabalhamos juntos.
Curajy-Yaras: Descendentes do terceiro filho, que nasceu com a pele excessivamente branca e com cabelos em chamas sendo agraciados por Nhanderú a nunca errarem um disparo e a capacidade de reproduzir o som dos animais, são protetores das aves e muitos aprenderam a adquirir asas e a voar. E as
Capotiras: Que nasceu como uma menina de 12 anos, com cabelos dourados como seu pai, uma profunda timidez e a capacidade de se tornar invisível que a fez guiar caçadores a terríveis perigos e se safar com maestria.
Mas somos todos curupires, agora divididos por alianças que não fazem mais sentido, enquanto nós, curupiras ainda insistimos na velha aliança com os brancos buscando uma melhor observação, agora com radares das áreas naturais, nossos irmãos bolaros seguem os caçando sem tregua, somos o que os brancos chamam de velha nobreza dessa terra e devemos guiar nossos irmãos caruanas em nossa força e coragem.
Nossa organização

Possuimos uma grande rede de roteamento das regiões selvagens do terrítório com a qual contamos com apoio dos jaguares e guará, estamos em todos os conflitos agrários nessa terra e temos agentes infiltrados nos movimentos camponeses, daí a opção por praticar agricultura sustentável. Agimos em Ongs nas cidades, sabe o greenpeace, somos os principais operadores deles na américa do sul, como nossos irmãos nunehi na américa do norte. Nossa guerra agora ecoa nas sombras e ainda temos a fúria incessante operando dentro de nós, somos invisíveis aos brancos, embora o povo do campo sempre soube que estavamos por perto, Araguaia, Rio madeira, Universidade federal do Tocantins, Acre, mesmo nos cantos mais remotos, nas selvas, ongs, universidades esperando para atacar. Mas agimos furtivamente pelas sombras.

Os outros

Falei dos Jaguares e Guará mas nossa aliança com os outros fera ainda é marcantes, além deles reconhecemos nos Mapinguaris nossos irmão e grandes guerreiros. Somos os responsáveis pela existência dos Caiporas eles foram nossos soldados, nossas crias, foram criados para suprir nossos exércitos e hoje estão tão isolados e distante de nós, há demônios também, juruparis, kupendiepes que por vezes nos prestão arquivos e no fim nos aliamos também com alguns Orishas chamados de Oshosis.

Nosso objetivo

Defender as grandes reservas e integrar o povo à natureza, como proferiu Movotizin, nosso grande herói, fundador da nhemongaba, embora os bolaros se juntem aos caiporas num projeto de proteger esse mesmo meio contra todos os humanos. Nossa batalha não termina enquanto houver uma madereira clandestina, enquanto nosso povo for assassinado pelo exérccito e por jagunços. Perdemos força em brasília e estamos buscando reconquistá-la, possuímos membros em algumas assembléias legislativas, vamos continuar agindo nas sombras. Somos poucos mas bem organizados.  Observe aquele carro, trafico, refinarias clandestinas de coca, madereiras inescrupulosas, grupos de extermínio de índios e seringueiros, grileiros, biopiratas e grandes coorporações industriais inescrupulosas são os problemas que enfrentamos agora.

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