quinta-feira, 6 de abril de 2017

Sacis

Quem somos.
Sente e escute uma velha história, não precisa ficar com nojinho, esse viadulto é sujo mas ele nos torna invisíveis. Todos os homens que vivem aqui são invisíveis, você disse que eles estão aqui por escolha e eu te perguntaria o que é uma escolha. Toma, dá uma pitada nesse cachimbo, não é pedra não, é tabaco e esse é um vício comum entre todos os caruanas. Não somos traidores ou “não confiáveia” como dizem nossos irmãos curpuras, nós os salvamos e eles nos agradessem dessa maneira. Somos guerrilheiros e é isso que eu queria te explicar.
Foi a muito tempo, quando os velhos deuses caíram, Somos emissários daquele que tentou expulsar a cidade de prata e mandar todos aqueles alados para a Terra, que um dia foi chamado de jurupari. Derrotado e jogado ao inferno reuniu um exército de espectros atormentados, índios vítimas do genocídio, pajés presos e mortos pela inquisição e começou a tramar a queda do usurpador, o falso Deus Tupã e aquele que destronou Nhanderú , o Demiurgo.
Sem a possibilidade de  voltar à terra, enviou um espectro à terra habitando um pássaro, a Mantina Tapera que se tornou negra como a noite, um pássaro que seria seus olhos e ouvidos, o anunciador da desgraça, a ave que anuncia a morte e a doença. A revolta do espectro se fundiu a curiosidade da ave, chamada agora de Saci Tapera, como pássaro saci viu o avanço das bandeiras, a escravidão indígena, a corrupção dos homens e a incompetência dos espíritos selvagens, obsevou e aprendeu, viu a magia dos brancos foragidos, invocações demoníacas, um novo povo que chegava, homens negros acorrentados, Mantina Tapera se sensibilizou com o as senzalas e viu a resistência, os negros treinando para o combate como se dançassem, a capoeira, a fuga e os quilombos e pensou que se fosse um negro poderia derrubar este tal de Demiurgo de seu trono em São Salvador. voou sobre os campos e dizem que nestas andanças encontrou com Pombero, que como protetor das aves se encantou com uma ave tão rara e curiosa, falou sobre as desgraças da terra, da queda de jurupari e tudo que viu até então, pombero deu fumo à ave que se transformou em um negro esguio e capaz de se transformar em pássaro negro e o presenteou com uma carapuça que guardaria sua forma humana.

O Saci se mescrou aos negros quilambolas,conheceu novos espíritos aprendeu os segredos da magia do negros com fadas africanas chamadas de orisha e em suas viagens para pindorama se divertia observando duendes europeus pregrando peças. Mas o quilombo foi atacado, enquanto os bandeirantes e capitães do mato atacavam os negros,falanges da cidade de prata reclamavam seu direito de posse sobre as almas negras para o mercado de almas, Saci se uniu a Ogguns e Shangôs e combateu bravamente.

Com a invasão vencida Saci se despediu de seus companheiros e avançou sobre as Selvas até o monte Arequa para destronar Tupã, Assim Jurupari terminaria o que não conseguira fazer. A arma da resistência dos negros, a magia dos brancos e o poder das selvas dos negros estava nele, mas foi cercado por um grupo de Captares que zombaram dele por estar desarmado, Saci soltou fogo pelos olhos de raiva, apagou seu cachimbo e com um meia lua derrubou um Captar emendando uma rasteira que derrubou outros e enquanto se movia no terceiro golpe a espada de fogo do caçador lhe amputou uma perna. O Saci desapareceu em um rodamoinho, e a cidade de prata o julgou morto.

Revoltado com sua derrota o saci foi até um riacho em pindorama onde encontrou com Iara, ela ouvira a juriti pepena contar tudo sobre o ocorrido, transformou-se em uma bela mulher e recompensou o guerreiro. Os filhos de Saci se espalharam por pindorama e Santa Cruz, meio aves, meio fadas, meio demônios, são os olhos de Jurupari que as veses assume o controle de seus corpos. Inimigos vorazes da cidade de prata e vigias dos espíritos da natureza, acreditando que a melhor forma de treina-los para agrande batalha seja lhes pregando peças. Herdaram a furtividade e o interesse por histórias dos eshus africanos, as travessuras dos duendes europeus, o gosto pelo tabaco das fadas ameríndias. E os segredos obscuros que observou nos três povos, no inferno, na terra, em pindorama e em paradísia.

Essa é a parte heroíca de nossa história. Depois o tempos ficaram sombrios. A morte e a carnificina cresciam, as tribos pereciam e eram catequizadas dando mais poder aos alados, os quilombos foram sendo atacados e os brancos encontraram ouro. Ainda rio pensando nas peças que pregamos utilizando o metal. Mas os portais estavam se fechando, ficar um semana longe de pindorama significava perder as memórias e se tornar um humano, nossa missão estava comprometida.Alguns tentaram ir para nossa antiga terra, se perderam e foram parar em um lugar estranho chamado Hi-Brazil, o fato é que estavamos desaparecendo, éramos velhos sonhos destinados à extinção, e oc curupiras estavam desesperados, então resolvemos enganar a morte e levar todo mundo à nossa antiga terra. Bem há duas versões para essa história a dos curupiras e a nossa. Vou lhe contar as duas.

Segundo os curupiras Tentamos enganar loison e ele nos amaldiçoou a ficarmos presos na terra habitando corpos recêm falecidos. Joinha para os curpiras que esqueceram que sua missão, como a nossa era aqui na terra e não em qualquer paos das maravilhas, terra de oz ou cítio do pica pau amarelo.Foi o seguinte, entramos nas sombras da noite e fomos ao inferno verde, isso confere, procuramos Loison, antigo deus da morte que havia fugido pra lá nos abandonando quando o coro comeu e jurupari ficou sozinho. Chamamos o cara na real, precisamos proteger essa terra e mandar os filhos da puta de volta pra casa, e ele deu um “jeitinho”, o cara controlava a morte e nos não precisaríamos mais da porra de pindorama, era só usar o corpo dos humanos, reanimando eles e dividindo a alma com a deles, tá nossa memória estaria preservada e poderíamos seguir nossa missão com nossos poderes, embora nossas memórias demorassem a aparecer neles, aparecendo como flashs. Bem é isso, dá de volta a porra do cachimbo que eu ganhei um fumo incrementado.

Nossa Desorganização

Somos guerrilheiros e sabemos o que fazer, somos os protetores dos marginais, pobres, prostitutas, mendigos, porque os índios e quilambolas viraram eles, nossa área são os becos imundos, os morros, botecos sujos e prostíbulos baratos. Somos guerrilheiros urbanos e Mariguelha foi um dos nosso. Temos diciplina e organização e agimos mais junto aos Orishas que os outros Carunans que falam que não somos dignos de confiança. Formamos grupos com eles nos morros, ongs e planejamos nossas ações, estamos no movimento negro, dos sem teto e até nos direitos humanos se é que você me entende.
Os outros

Fora os pomberos que tem um fumo divino, os outros caruanas desconfiam de nós e nos acusam de traidores, esses porcos somente aprendem com peças, chame um Igbeji como companheiro eles manjam dos paranauês. Outra coisa, os Loisons são deprecivos mas são legais, são atormentados e tals, mas ouvem os fantasmas e o patrono deles já nos ajudou uma vez e somos gratos a eles, Mapinguais são confiaveis até tentarem te devorar daí corra e kurupis e igpupiaras idem, sombre a nhemmongaba e anhangaúna isso é nhenhenhen, não entre em nenhum grupo e aja com os dois, os dois tem o mesmo objetivo e discordam dos métodos, nossos métodos são proprios e solitários e os dois nos reprovariam.Botos e Iaras são nossos imãos diretos e gostamos de ir pra farra com eles, mas eles pegam geral e a gente chupa o dedo por ultimo, caiporas e curupiras merecem uma lição para deixarem de ser tão arrogantes... pregue peças.
O que queremos

Meu, se essa história toda não te ensinou nada vaza, que eu tenho mais o que fazer. Tenho uma fita agora pra resolver que os gambé vao fazer uma desocupação de um prédio e eu vou nessa de black block sobrenatural dá um pau neles e pregar uma peça em um babaca vestido de superheroi dos quadrinos que anda por lá, depois vou tomar umas breja e discutir a revolução, pois só ela resolve essa merda. Firmão. Vazei.

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