quinta-feira, 6 de abril de 2017

Imbaíbas

O que somos

Devia contar os fatos ocorridos quando fui contratado e tudo que se passou. Não entendia o que levaria um coronel a se preocupar com uma velha mandigueira, mas um matador não questiona, ele não é o assassino mas a arma. Sei apenas que aquela preta formosa era a velha, e só ví quando aquele passaro preto do capiroto desapareceu entrando dentro de mim. Imagens me passaram pela mente, genocídios e um desejo de vingança. Agora sei que sou um fantasma, a forma da morte brilha em mim quando a força do imbaíba que agora vive em mim fala. Agora eu sei que sou o próprio capiroto, os indios me chama Mbaiba ou imbaiba. Carrego comigo a maldição de Mbai Aib, sou a ave agourenta portadora da doença. Continuo um assassino, mas agora somente tenho um contratante, sou um agente das forças caídas quando os alados nos relegaram ao esquecimento. As memórias do imbaíba ainda batem em minha mente, um ódio incontrolável que me fez matar o coronel e sua família, por isso ando solitário.Sou um corpo vivo que carrega um fantasma de jurupari, ganhei uma sina e vou segui-la até a morte quando minhas memórias junto ao espectro habitarão outro assassino como eu.

Nossa Organização

Somos caçadores solitários embora falamos o tempo todo com os espectros, somos ligados de forma direta às mantinas elas tem a chave de nossa maldição, elas são as portadoras de nossa condição, as guardiãs dos segredos que permitem habitar um corpo com um espectro e por mais que tenha ódio não consigo me voltar contra elas, o espectro não deixa. Muita coisa muda, podemos nos tonar pássaros negros, isso ajuda a fugir e entrar despercebidos em lugares bem vigiados. Somos assassinos perfeitos e se a encomenda não for rápida ainda podemos utiizar de doenças para fazer o serviço. Um Imbaíba sempre auxilia outro e o Espectro por vezes nos faz cooperar com os filhos de Kerana embora eles sejam a expressão direta de forças selvagens incontroláveis. Somos a expressão de um povo chacinado e caído eles de forças naturais que foram subjugadas. Nosso ódio é único e nosso povo precisa de uma restauração da existência natural.

Os outros

Certo, sei da existência de outros, mas eles não são, em sua maioria, espectros vingativos dos mortos em corpos vivos, mas espíritos da natureza. Somos o que as Mantinas e os Sacis São, elas as sacerdotizas, eles os guerrilheiros e nós os finalizadores.Muitos dos velhos espectros hoje se encontram nas linhas da Quimbanda, são chamados de Exús e Pomba-Giras eles são nossos aliados nessa guerra ao mesmo tempo que contamos também com a ajuda dos demônios do inferno, em especial com os alastores, embora haja no inferno um lugar lá chamado Reich que deveria ser Obliterado. Os Iwas Phetro também são aliados importantes, guardam o espírito de rebelião de seu povo e como nós eles querem o fim da supremacia da cidade de prata e do domínio branco.

O Que queremos

Ser o instrumento da justiça, a arma que atira, a sombra da morte que limpa a terra para que novos frutos floresçam, aquele que matará aqueles que impedem o retorno do antigo domínio de Arequa e que o relegaram à sua condição.

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